Porque sabes que eu estou aqui. Porque eu sei que me sabes ler no silêncio.
Sexta-feira, 23 de Dezembro de 2005
Porque aqui também é Natal

Não falo da luz, da fantasia ou do lugar dos sonhos dessa hora que para uns é noite e para outros manhã. Falo dessa esperança que uma parte do mundo carrega e que não sobrevive aos últimos segundos antes da revelação das ofertas. Uma estrela como desejo sob várias formas.
Tempo de paz, de luz, de alegria e gratas recordações. Tempo em que relembramos a nossa infância repleta de fantasias, expectativas impregnadas de amor e saudade. Tempo em que revivemos o carinho dos nossos pais, o aconchego da família e todas as pessoas queridas que marcaram positivamente as nossas vidas. No Natal o amor pede permissão para nos entregar a Paz e a Felicidade que nos foram destinadas.
Um Natal de criança para todos.



publicado por SigurHead às 00:33
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Quinta-feira, 22 de Dezembro de 2005
Lua Nova
"Antes de partir, talvez ainda não seja tarde para começares a regressar. Estou sozinho, ardo na memória das noites em que não te conhecia. E não sei se suportarei o peso do teu rosto ausente sobre o peito, tatuado; e talvez recorde a tua respiração enforcando-me, noite após noite, enquanto durmo. Tua mão escavou o desejo entorpecido nestas débeis veias, e já não sei se sonhamos o mesmo sonho, ou se nos levantamos ao mesmo tempo para o amor, mas ainda te amo.
Aliso tuas pálpebras durante as noites de vigia e sei que uma vida anterior à minha presença as feriu. No entanto, sinto que ainda és capaz de me olhar como se eu contemplasse o mar. De resto. Os dias acumulam-se uns sobre os outros, iguais, sob o negro esplendor do sol. E latejamos, além, onde nos perderemos para sempre.
As tuas mãos vestiram as minhas, e fizeram-nas voar de sedução em sedução. Mas, dentro das fotografias, erguem-se pirâmides de cintilantes ossos, pequenas nódoas de memórias, feixes de veias quebradas pelas chuvas… não, não é o solitário canto do noitibô que nos surpreende, nítido, persistente, mas sim o grito que há-de crescer do fundo de nós. E, com o tempo, as mãos, as tuas, cairão também no esquecimento… e delas apenas permanecerá uma sensação de ardor sobre a minha pele.
Mas se um dia voltares acorda-me, como inesperadamente me acordaste uma noite. Não me deixes dormir mais, desperta-me e tudo se iluminara num gesto, num sorriso teu. Talvez não seja tarde ainda para começarmos a regressar um ao outro. Basta beber o mel que sempre bebemos no sexo um do outro, e de novo sentir o turbilhão de alegria que nos despertava a meio da noite para o amor.
Os espelhos ainda nos devolvem a candura do que somos, mas também anunciam a cinza que sepultara os corpos, algures, num esquecimento e numa dor obscura de nós próprios. Temos de aprender a subjugar o destino à nossa vontade. Ainda é possível mergulhar nos espelhos e roubar-lhes os vestígios felizes de nossos rostos. Ainda é possível apagar as dolorosas manchas da memória e recuperarmos o rosto da alegria que nos pertenceu. É esse o nosso rosto, mesmo que seja morto.
Regressa. Regressa ao escorrer dos dedos enrolados no sexo, ao riso matinal dos corpos saciados, às nocturnas conversas das esplanadas, aos jogos de sedução, aos engates, ao murmúrio das vozes, à ofegante trepidação da manhã, regressa... regressa. Porque as palavras não te substituem e estão cheias de pústulas no coração das sílabas.
Regressa e oferece-te à preguiça triste de quem continua aqui, vivo, sorvendo a espiral da sua própria ausência. Regressa, peço-te, mesmo antes de partires. Regressa à voracidade do desejo, e à incendiada paixão dos nocturnos tigres."

al berto in Lunário


publicado por SigurHead às 00:46
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Terça-feira, 20 de Dezembro de 2005
...

Os laços muito apertados nunca se conseguem desfazer. O tempo foi passando e o laço a apertar. Se cairmos, caímos os dois pensava eu sem saber que tinhas a faca que iria cortar o laço no momento que ficamos suspensos no abismo. O único que caiu no chão onde morrem os amores foi eu. Não devia ter deixado que o tempo apertasse tanto o maldito laço que ainda hoje me arrasta. Nunca consegui desfazê-lo apesar de todas as noites perdidas a tentar descobrir as suas voltas misteriosas. Tudo acontece tão rápido, tudo tão breve, tudo tão nulo. Afinal os momentos felizes são só intervalos no tempo permanente de tristeza que nos cobre sempre. Ninguém vive de amor em part-time. Nunca estamos certos, ou errados, somos o que o acaso faz de nós. Cá dentro as nuvens continuam suspensas pelo teu sorriso que não aparece. Vem.


publicado por SigurHead às 00:34
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Domingo, 18 de Dezembro de 2005
Ultimas de Sigur Rós

Está disponivel o video de Hoppípolla, filmado em Reykiavik no passado mes de Outubro. Pode ser visto em formato Real Player e Windows Media.
Quatro dos dez minutos da nova versão de estudio de Hafsól
Escutar o concerto dos Sigur Rós 11 de Setembro nos Estados Unidos



publicado por SigurHead às 10:54
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Sábado, 17 de Dezembro de 2005
Into my arms
bracos.jpg


publicado por SigurHead às 02:35
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Terça-feira, 13 de Dezembro de 2005
Regressa...
regressa.jpg
Por mais que se baralhem os sentidos o destino no mapa assinala sempre o mesmo desejo...


publicado por SigurHead às 23:53
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Terça-feira, 6 de Dezembro de 2005
Foder juntos
Quando nos comemos de uma forma como nunca, fizemos os verbos mais sagrados. No máximo fizemos o mínimo necessário dissolvemo-nos, misturamo-nos. A vida tinha-se encarregado de nos ensinar que a felicidade do amor não se fez para adormecer nela, mas sim para nos fodermos juntos. Não irei negar nunca que te amei nem mesmo quando estive deitado, nu, sobre os lençóis e me obrigas-te a dizer amo-te antes de te foder.


publicado por SigurHead às 10:29
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Quinta-feira, 1 de Dezembro de 2005
José Luís Peixoto - Uma casa na escuridão
"[...] Fechei o livro com um dedo a marcar a página e vi que era um livro inteiro que tremia. Aquele livro estivera, durante anos, na biblioteca. A sua lombada azul estivera na segunda prateleira, logo em frente da porta, durante anos. A sua lombada azul estivera durante anos entre livros de lombadas vermelhas. Quando eu era pequeno e brincava com os meus carrinhos, arrastava-os pelas prateleiras, que eram auto-estradas, e dos livros, que eram casas altas, aquele livro de lombada azul era sempre a minha casa. [...]"


publicado por SigurHead às 20:41
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