Porque sabes que eu estou aqui.
Porque eu sei que me sabes ler no silêncio.
Quarta-feira, 11 de Janeiro de 2006
Em cada poro...

...confesso que o meu corpo ainda tem a tua fragrância debruçado nú em cada poro...
Terça-feira, 10 de Janeiro de 2006
Feras
Quem estando ausente entra no meu quarto
Quem deita ao lado meu, quem passa
No meu coração seus lábios quentes,
Quem desperta em mim as feras todas
Quem me rasga e cura
Segunda-feira, 9 de Janeiro de 2006
Fogo
... Se ouço falar de ti, comove-me o teu nome
... e o corpo é uma fogueira
estalam-me brasas no peito, desvairadas, e respiro
com a violência de um incêndio; mas parto
antes de saber como seria...
Post do quarto 121
Não abras a janela para que a luz não penetre até nós e o dia não destrua os sonhos. Vamos impedir que o sol note o tempo que nós perdemos em beijos. Aninha-te em silêncio junto a mim. O teu toque é o suficiente para ler os teus pensamentos. Fica nu e diz que ainda me amas. Nega que tiveste outros. Mente que sou o primeiro. O meu desejo não arde e a convivência contigo modificou-me. Já mal distingo a cor do teu cabelo. És lindo! Beijamo-nos apenas. Que mais precisamos nós? Abraça-me calmamente assim... ternamente... teu calor , teu cheiro, teu vigor...abraça-me forte.
Domingo, 8 de Janeiro de 2006
Regressos
Regressar as origens uma pequena aldeia no interior norte do país entre o rio Douro e a serra do Marão. É verdade que agora pouco tempo lá passo. Mas, é simplesmente maravilhoso! A cada regresso é sempre um revisitar da infância. Os velhos amigos. A amizade é eterna! Amo aquela terra e a vista daquele que ainda é o meu quarto, maravilhosa, com os socalcos em plano de fundo e o rio... Vem as memórias doces, o colo da minha mãe e o tempo em que adormecer era fácil, a escola de paredes brancas, um jogo de bola numa tarde de férias, o cão que me acompanhava para todo o lado. As tardes quentes de Verão, as laranjas que devorava até não poder mais. Um tempo guardado, ainda teimoso, colado à pele da alma, porque com ele estão todos os desencontros e os que já partiram. O gelo do Inverno e as ruas onde a noite cai silenciosa e o chão molhado das chuvas que reflecte as poucas luzes daquele lugar. As mesmas ruas, o café de sempre de todos os dias, ruas onde caminho e algures nos meus passos restam os lugares onde cresci. Depois de volta a Lisboa é o ar de um outro lugar, um outro céu porque debaixo deste estão os amigos e os nossos passeios pela margem do rio, um outro azul porque este tem o tom da calma possível, o bálsamo para o frágil coração em brasa. Regresso sempre acompanhado de mais saudades. Incomoda-me que pertençamos a uns lugares e não a outros. Que nos doam as raízes profundas se nos afastamos para os lugares onde estaríamos melhor do que aqui.
Quinta-feira, 5 de Janeiro de 2006
Antes do ponto final
Não sei o que devo escrever. Apetece-me colocar um ponto final. Fim, término, descanso... Mas antes do ponto final preciso de todos os outros pontos. Ponto de interrogação. Onde tás? Como? Vens? Até Quando? Depois sim pode vir o ponto final. Tambem gosto da lei da entropia aquela que diz que o tempo tudo gasta, tudo devora, tudo consome. A lei que coloca um ponto final em tudo.. Eu queria acreditar. Muitas palavras e muitos pontos finais. Desliga-se tudo menos a memória. Não me peças para esquecer porque eu não sei. Desculpa. Desculpa-me mas eu não sei. Desculpa-me.
Terça-feira, 3 de Janeiro de 2006
O que...
![Wallpaper-04[0].jpg](http://sigurhead.blogs.sapo.pt/arquivo/Wallpaper-04[0].jpg)
Não se pede a ninguém que não parta e não se pede a ninguém que volte. Quanto muito, espera-se e ainda assim é alma que se consome. Não tenho existência suficiente para ocupar este espaço todo onde tu faltas.
Segunda-feira, 2 de Janeiro de 2006
The Gift - Fácil de entender
Talvez por não saber falar de cor, imaginei.
Talvez por saber o que não será melhor, aproximei.
Meu corpo é o teu corpo, o desejo entregue a nós...
sei lá eu o que queres dizer.
Despedir-me de ti, "Adeus, um dia, voltarei a ser feliz."
Eu já não sei se sei
o que é sentir o teu amor
não sei o que é sentir.
Se por falar, falei,
pensei que se falasse era fácil de entender.
Talvez por não saber falar de cor, imaginei.
Triste é o virar de costas,
o último adeus sabe Deus o que quero dizer.
Obrigado por saberes cuidar de mim,
tratar de mim,
olhar para mim...
escutar quem sou
e se ao menos tudo fosse igual a ti...
Eu já não sei se sei
o que é sentir o teu amor
não sei o que é sentir.
Se por falar, falei,
pensei que se falasse era fácil de entender.
É o amor
que chega ao fim.
Um final assim, assim é mais fácil de entender...
Eu já não sei se sei
o que é sentir o teu amor
não sei o que é sentir.
Se por falar, falei,
pensei que se falasse era fácil de entender.