Porque sabes que eu estou aqui. Porque eu sei que me sabes ler no silêncio.
Domingo, 3 de Abril de 2005
Margem
Sinto que sempre estive sentado na margem errada do rio, na margem errada da vida. No lado cinzento que pronuncia tempestade, linha do horizonte ponto onde o mar cinza se torna céu. Não há vontade de partir. Não há vontade de ficar. Um tecer de novos regressos. Vou fazendo horas. Metade da vida é uma perdulária expectativa. E tonta. E ansiosa. E inútil. Como quem se sentou numa gare de caminho-de-ferro, à espera de um comboio que não se sabe quando passará e qual o seu destino. Certeza está apenas no local de espera. E às vezes na própria espera. Se chego a concretizar a viagem, o lugar onde o comboio me levou, desilude-me. Isso, porém, não impede que tudo venha a repetir-se. Desperdiçar o instante real e concreto, mas que, como areia, se nos escapa das mãos, em favor de uma ilusória vez seguinte.


publicado por SigurHead às 15:05
link do post | comentar | favorito

pesquisar
 
Junho 2006
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9
10

11
12
13
14
15
16
17

18
19
20
21
22
23
24

25
26
27
28
29
30


posts recentes

Apenas quando o mundo nos...

Anoitece devagar

Mas comigo era diferente....

Tanto para te dizer

...

Não digas a ninguém

Dei-me sempre mais do que...

Luminoso afogado

Roída a dor muda

Antídoto

arquivos

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Fevereiro 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Outubro 2005

Setembro 2005

Agosto 2005

Junho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Setembro 2004

Agosto 2004

Julho 2004

Junho 2004

Maio 2004

Abril 2004

Março 2004

Fevereiro 2004

links
blogs SAPO
subscrever feeds