Do alto da colina desenhada a raposa profere
o seu apprivoise-moi, mata-me o olhar, o pensamento,
mata-me por dentro, arranca de mim o respirar
de todos os azuis e o tempo anterior em que eu não soube.
Envenena os trigais com a tua ausência
e eu morrerei também se os habitares.
Seguir-te-ei no vermelho do deserto
onde as serpentes sonham e se escondem,
nas colinas amargas da cidade, no verde tardio
das marés. Não existo senão no fim do mundo,
não existo senão nesta cadência que soa pelo ar
e desce os montes e inunda com força a terra plana
até que nada exista. Não tenho coração
senão para que tu o apunhales e vires a lâmina para o sol
e digas, ei-lo, o escarlate inútil deste amor apprivoisé,
a imensa distância da paixão, o desprezo
da morte que apodrece.
Cresço de repente e sem traição.
E tudo começou pela tua ausência