Porque sabes que eu estou aqui.
Porque eu sei que me sabes ler no silêncio.
Sexta-feira, 23 de Abril de 2004
Inês Pedrosa - Fazes-me falta
Só vivendo sobre a mudança se podia evitar a dor, só contornando a monstruosa perfeição do tempo se podia vencê-lo. Assim pensava, e enganei-me, porque o tempo não é pensável. Concentrei-me em deixar de ser para poder ser tudo, em esquecer para dominar a existência. Eu sou o tempo; sou nada, o nada veloz e imóvel que molda o corpo do tempo. Deixar de ser é ainda acatar as regras implacáveis do ser. Estou esgotado do correr contra a dor, contra a memória, contra a infância, contra o amor e o ódio. Criei uma meta de tranquilidade que se afasta tanto mais quanto mais corro para ele. Não há paz no instante, e eu vivo de instante para instante. Começo a temer que a paz se alimente do sangue da paixão de que abjurei.
De Anónimo a 24 de Abril de 2004 às 00:44
é um bom livro :)rui
(http://liquidblue.deslizo.net)
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