Porque sabes que eu estou aqui.
Porque eu sei que me sabes ler no silêncio.
Segunda-feira, 10 de Abril de 2006
Queimar só um instante
Lembro-me da forma como me tocaste no rosto com as pontas dos dedos e me beijaste numa carícia de pétalas de rosa. Lembro-me tão bem. .
Lembro-me de acordar e sentir-te ainda, desejar-te ainda, fechar os olhos tentar adormecer e não conseguir. Lembro-me tão bem. Lembro-me da forma como te sonhei. .
Como Caeiro “Nada tiramos e nada pomos; passamos e esquecemos; E o sol é sempre pontual todos os dias.” .
Na ausência a saudade é branca de tanto corroer cores recordadas. Todas as imagens, todos os tons da tua voz, a tua mão, o beijo. .
Se soubesses o traço vazio que desenhaste em mim. .
Quis começar por um engano e comecei pelo teu rosto nele me medi comparando erros e hesitações irreparáveis mas foi naturalmente incerto o resultado. Por muito que tente acender-te junto à pele algum desejo sei que nesse propósito tudo me escapa tudo me é inútil. Não se ensina o recuo ao corpo que te procura o rasto. Há-de queimar-te essa distância a pressa dos meus dedos numa manhã desfeita a dois. .
Deixa que te queime só mais um instante.
De Anónimo a 12 de Abril de 2006 às 10:31
Há linhas e marca que o ténue lápis do toque consegue matizar para toda uma vida. Percebo-Te nas linhas que escreves, em todas as pequenas vírgulas, porque também Eu ainda sinto o Toque de um Alguém no Silêncio triste da Ausência.
estou triste...preciso de carinho.
*
axo que de certo modo partilhamos a mesma sensação.
Parabens pelo texto
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